Passageiros feridos e média de 20 ataques por dia: o que está por trás da onda de violência em ônibus de SP
Polícia trabalha com três linhas de investigação sobre os atos: Ligação dos responsáveis com o PCC, desafios de internet e "empresas ou indivíduos que atuam nesse ramo de transporte urbano coletivo", tida como hipótese mais provável. Onda de ataques a ônibus em São Paulo completa um mês ainda sem solução
Em apenas um mês, a Grande São Paulo e a Baixada Santista registraram uma média de 20 ataques a ônibus por dia. Foram, ao todo, 623 ataques a ônibus durante o período.
Na maioria das investidas, os veículos foram acertados por pedras e tiveram os vidros quebrados. Na semana passada, uma passageira foi atingida no rosto e quebrou o nariz. Nem mesmo vans destinados a pessoas com deficiência foram poupados.
Na última quinta-feira (10), uma dessas vans foi atacada por um criminoso. Outro veículo que presta o mesmo serviço já havia sido apedrejado dez dias antes.
Desde o início da onda de depredações, o Fantástico identificou padrões na atuação dos criminosos:
Em 12 de junho, por exemplo, 12 ataques ocorreram na mesma avenida da zona sul em apenas duas horas e meia.
Em outro dia, 17 casos foram registrados em três horas na zona leste. Na rodovia Régis Bittencourt, cinco ônibus foram apedrejados em um intervalo de 45 minutos.
As autoridades trabalham com três principais linhas de investigação para explicar a onda de ataques a ônibus em São Paulo:
Ligação com o PCC: Há a hipótese de que os ataques sejam coordenados por integrantes do Primeiro Comando da Capital, como forma de demonstrar poder ou enviar mensagens ao Estado.
Desafios de internet: Investiga-se se parte dos ataques estaria sendo motivada por desafios ou brincadeiras violentas que circulam nas redes sociais, estimulando a depredação como forma de "viralizar".
Rivalidade no setor de transporte: A hipótese considerada mais provável é a de que trabalhadores ou pessoas ligadas ao transporte coletivo estejam insatisfeitas com empresas concorrentes e, por isso, estariam promovendo os atos de vandalismo.
Desde o início do ano, 855 ônibus já foram danificados. Até o momento, sete suspeitos foram detidos em conexão com as depredações, que causam pânico e prejuízos. Para os especialistas, os agressores conhecem a dinâmica do transporte público e agem com método.
A principal teoria é a de que estariam "descontentes com algum tipo de tratamento que eles vêm recebendo de empresas que de alguma forma se apresentam como rivais ", afirma o delegado Fernando José Góes Santiago, que investiga os ataques.
A prefeitura da capital e o governo do estado confirmam os mais de 600 ataques nos últimos trinta dias. O pico foi na última segunda-feira (7), com 59 casos em um único dia. A polícia tem intensificado as investigações e prisões para conter a série de depredações.
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